O Dilema das Redes

Documentário O Dilema das Redes
O novo documentário da Netflix revela o lado negativo do espaço virtual/Arquivo/Divulgação

Texto de Renato Candemil

A reflexão que trago hoje diz respeito a um documentário que está circulando pela Netflix. Trata-se do filme  “O Dilema das Redes” e aqui peço antecipadamente desculpas ao seu Diretor, Jeff Orlowski, por usar o seu título para ilustrar o meu artigo.

Pois bem, por recomendação e sugestão de meu irmão, acabei por assisti-lo.

Assisti uma vez, duas e três vezes para começar a compreender o que está acontecendo nos tempos atuais. A minha primeira impressão é de que estamos vivendo tempos muito loucos, totalmente desgorvenados e sem qualquer rumo.

Levei dias para perceber um pouco do que estamos presenciando em nosso dia-a-dia e, mais importante ainda, para onde estamos caminhando enquanto seres humanos.

Assustado é um adjetivo que não demonstra o que senti. Talvez medo, ou ainda tristeza podem ser adjetivos mais adequados ao meu sentimento.

Facebook, Instagran, twitter, Google, YouTube, todos, sem exceção foram “redes” disponibilizadas para afetar de forma significativa os nossos tempos e nossa sociedade. Não estou a falar de avanço tecnológico, ou então de ferramentas disponibilizadas para facilitar o nosso trabalho, e para acelerar os meios de comunicação. Minha percepção vai além disso. Vai muito além disso.

Escrevo e leio há bastante tempo sobre temas ligados à espiritualidade e a sua contribuição para o mundo da governança corporativa, no entanto, jamais vi algo como esse documentário.

Assistir vários especialistas, que inclusive trabalharam nessas empresas, ver eles explicitarem e desnudarem os bastidores da construção e implementação dessas plataformas de informação digital na sociedade, desmascararem tudo aquilo que não estamos acostumados a ver e ouvir, realmente foi uma sensação única. Perceber o que está por trás de tudo isso, o que realmente está sendo oferecido para nossos filhos, para nossos familiares e amigos, enfim, para a sociedade de modo geral me fez refletir.

Nada acontece por acaso e tudo tem uma razão de ser.

A questão que trago hoje para reflexão é até que ponto podemos atualmente deixar de conviver com o que está disponível em nosso dia-a-dia, na internet, ou o que podemos fazer para minimizar os seus devastadores prejuízos no âmbito do relacionamento e da nossa convivência.

Sabidamente vivemos em um novo mundo altamente tecnológico, veloz e dinâmico. Um mundo onde a informação circula em velocidade impensável, tanto a informação verdadeira, o fato, como a falsa, a conhecida fake news.

O uso exagerado do celular, a convivência quase que em tempo integral nas redes sociais, o uso desenfreado do YouTube, o escancaramento sem limites da vida privada e da intimidade das pessoas, tudo, tudo isso está a contribuir para o declínio completo e devastador de nossa sociedade.

Reflitam, para onde estamos caminhando enquanto sociedade?

Por óbvio que, necessariamente, ao assistir esse documentário devemos utilizar um filtro mental e separar o “joio do trigo”, mas a reflexão é fundamental. A visão, até certo ponto simplista, passada por alguns dos entrevistados em determinados pontos, não elimina a necessidade de uma boa dose de criticidade.

E não estou aqui a discutir e nem pretendo esgotar o tema sobre a questão de que as redes sociais, e plataformas são boas ou ruins. Ouso dizer que são boas, excelentes, apenas não sabemos como usá-las. Esse é o grande dilema, como usar essas ferramentas que estão sendo disponibilizadas.

O conhecimento é um meio, e aqui, faço referência a Platão que afirmava que é melhor a ignorância absoluta do que o conhecimento dado a pessoas inadequadas.

Dito isso, entendo que o grande problema a ser enfrentado é saber dosar quais as informações que eu quero disponibilizar ao mundo; quais as informações privadas, tanto familiares quanto profissionais, eu quero que sejam publicizadas.

E finalizo com uma frase que não é de minha autoria, mas perfeitamente cabível, a meu entender, nessa reflexão: “Medíocres falam de pessoas, homens comuns falam de coisas e grandes homens falam de ideias”

Simples assim.

Boa reflexão!

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