Madri, com seus 6,6 milhões de habitantes, é novamente um epicentro europeu da pandemia do novo coronavírus. A cirurgiã Ángela Hernández, vice-presidente do sindicato AMYTS, que representa médicos e agentes de saúde, sabe exatamente o porquê: “Faltam equipes médicas em todos os lugares.”
“Só no dia 22 de setembro, cerca de 3 mil pessoas foram internadas nos hospitais de Madri. Cerca de 400, em unidades de terapia intensiva. Estamos no limite”, conta a médica. A nova crise escancara deficiências persistentes. Testes para detectar o vírus não são oferecidos em aeroportos do país. Eles são feitos apenas em unidades de atenção básica – e apenas em casos suspeitos. Tudo isso porque não há laboratórios suficientes.
A frustração entre os madrilenos é grande, até porque eles realmente estão aderindo às regras de distanciamento de forma disciplinada, incluindo a exigência de máscara. “É compreensível que ninguém esperasse a pandemia em março. Mas o fato de os políticos não terem aprendido nada é decepcionante”, diz Hernández, que é mãe de três filhos. Ela não se cansa de reclamar de como os profissionais de saúde são mal remunerados na maioria das 17 regiões autônomas da Espanha, informou a Agência DW.