Argentina tem a mais longa quarentena do mundo

Alberto Fernández e Sérgio Massa Argentina
Presidente da Argentina Alberto Fernández e o presidente da Câmara, Sérgio Massa/Arquivo/Clarín

Dentro de alguns anos, quando os livros de história abordarem a  atual pandemia de coronavírus, leremos muito sobre a estratégia alternativa da Suécia, que apostou na responsabilidade individual dos cidadãos, mas que assim vitimou muitos idosos. Certamente também será dedicado um capítulo aos Estados Unidos, o país com o maior número de infecções e mortes.

E em seguida talvez se fale também sobre um país que decretou a quarentena mais longa do mundo, por bons motivos, mas que trouxe consequências fatais para a população confinada: a Argentina. “Não estou obcecado com a quarentena, estou obcecado com a saúde dos argentinos”, defendeu o presidente Alberto Fernández em ocasião da décima prorrogação da quarentena, agora até o dia 30 de agosto, domingo, informou a agência DW.

Em 3 de março, o primeiro caso de Covid-19 da Argentina foi confirmado em Buenos Aires: um homem que havia retornado de Milão. Quatro dias depois, o Ministério da Saúde confirmou a primeira morte por coronavírus – e, ao mesmo tempo, o primeiro falecimento em decorrência do vírus registrado na América Latina.

Em 20 de março, entrou em vigor o toque de recolher em todo o país. E desde então, os moradores da Grande Buenos Aires, epicentro do coronavírus no país, não podem mais deixar seus apartamentos ou casas a não ser para ir às compras ou à farmácia mais próxima. Já são mais de cinco meses de quarenterna, apelidada no país de “quareterna”.

A pergunta que muitos argentinos completamente irritados se fazem agora é: o que é pior? A doença ou o remédio contra ela?

O desemprego e a pobreza aumentaram expressivamente na Argentina nos últimos meses. A economia está em queda livre, com mais de 42 mil pequenas e médias empresas fechadas desde março. E isso num país que atravessa o pior período econômico da sua história e que acaba de evitar a nona falência estatal com um corte da dívida no último minuto. Até o final do ano, calcula-se que seis em cada dez argentinos irão viver na pobreza.

Enquanto a Grande Buenos Aires aparece na liderança mundial em termos de duração da quarentena, Ezequiel Fuentes provavelmente é uma das pessoas que mais tempo passou dentro de casa no mundo todo.

“Minha empresa me colocou em home office uma semana antes do lockdown”, conta Fuentes. O jovem pai de família, sua esposa Marina e seu filho Benito estão há 167 dias presos em um apartamento em Saavedra, na periferia norte de Buenos Aires.

Hoje, o site do jornal Clarín, informou que o presidente Alberto Fernández está reparando uma bateria de medidas para um segmento geralmente esquivo para o peronismo: a classe média. Nos escritórios mais importantes da Casa Rosada, destacam que boa parte das medidas do programa de recuperação das 60 iniciativas que o Executivo está a finalizar visam esse setor social e facilitam o “consumo aspiracional” desse universo.

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