Num estudo publicado na revista British Journal of Dermatology, relatam-se provas da existência de uma relação entre a Covid-19 e frieiras que têm aparecido com alguma frequência nos pés e nas mãos de crianças e jovens infectados pelo coronavírus SARS-CoV-2. Embora controversa, esta ligação ficou já conhecida como “pés de covid”.
Na maioria dos casos, os indivíduos com frieiras têm resultados negativos nos testes convencionais que procuram a presença do novo coronavírus através do seu material genético ou de anticorpos em circulação no organismo, refere um comunicado do grupo editorial da British Journal of Dermatology. No entanto, uma equipe de investigadores espanhóis encontrou vestígios do SARS-CoV-2 em biópsias à pele de crianças e jovens que tinham já tido testes negativos.
O estudo baseou-se em exames a sete doentes de pediatria, quatro rapazes e três meninas, com idades entre os 11 e os 17 anos. Todos tinham frieiras na pele dos pés e calcanhares, e um deles tinha ainda lesões associadas a eritema multiforme nos cotovelos e joelhos. O vírus foi detectado nas células endoteliais dos vasos sanguíneos da pele, bem como nas glândulas produtoras de suor. Numa das biópsias, as imagens obtidas por microscópio electrónico também revelaram a presença de partículas virais nas células endoteliais, nota ainda o comunicado.