A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu nesta tarde Renan da Silva Sena após uma perseguição policial. Sena é o mesmo homem acusado de agredir uma enfermeira num protesto na frente do Palácio do Planalto e um dos supostos líderes dos bolsonaristas que soltou fogos de artifício contra a sede do Supremo Tribunal Federal na noite passada.
Após a prisão (veja o vídeo logo abaixo), simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro tentaram invadir o prédio do complexo da Polícia Civil para, segundo se informar, resgatar o bolsonarista. Ele tinha cargo de confiança no Ministério da Mulher.
Renan estava num veículo dirigido por uma mulher que não obedeceu ao comando de parar. Um policial civil chegou a ser arrastado quando tentava dar a ordem de prisão. Depois, houve uma perseguição, quando dois carros descaracterizados da polícia levaram o suspeito.
Nesta tarde, num ofício encaminhado ao secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, pede que Renan Sena seja responsabilizado por ataques à Corte. Veja o oficio logo abaixo.
Ofício do STF à SPP do DF
Senhor Secretário,
Solicito a Vossa Excelência as providências necessárias à apuração (CPP, art. 39, § 3º), para responsabilização penal daquele(s) que deu/deram causa direta ou indiretamente, inclusive por meio de financiamento, dos ataques e ameaças dirigidas ao Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito, na noite de ontem (13/06/2020), inclusive com a utilização de artefatos explosivos (fogos de artifício).
Considerando, ainda, o disposto no art. 13, incisos I e II do Regimento Interno, e na forma prevista pelos arts. 145, parágrafo único, c.c. os arts. 138 a 141, do Código Penal, venho REPRESENTAR contra RENAN DA SILVA SENA, brasileiro, profissional liberal, por ataques e ameaças à Instituição deste Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito, inclusive por postagens em redes sociais, bem como todos os demais participantes e financiadores, inclusive por eventual organização criminosa, os quais ficam desde logo representados, devendose ser adotadas as necessárias providências para a investigação e persecução penal.
Informo, outrossim, que medidas idênticas foram adotadas junto ao Procurador-Geral da República, ao Ministro Alexandre de Moraes, Relator do Inquérito 4.781 e ao Diretor-Geral da Polícia Federal.