Bolsonaro desautoriza Ministério da Saúde e é contra isolamento social

Bolsonaro pronuncimento
Jair Bolsonaro está endo investigado por supostos crimes/Arquivo

Em seu terceiro pronunciamento em menos de 20 dias, o presidente Jair Bolsonaro minimizou nesta terça-feira (24) a pandemia de covid-19, atacou a imprensa e criticou medidas aplicadas por governadores para conter o avanço do surto. Bolsonaro quer, na prática, o fim do isolamento social. Decide pelo capital e não pela vida.

“O vírus chegou, está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar. Os empregos têm que serem mantidos”, disse o presidente e pediu a volta da normalidade. “Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa” afirmou Bolsonaro. “No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho”, afirmou Bolsonaro.

No pronunciamento de cerca de quatro minutos, Bolsonaro voltou ainda a falar sobre a cloroquina. “Nosso governo tem recebido notícias positivas sobre esse remédio fabricado no Brasil, largamente utilizado no combate a malária, lúpus e artrite”.

Hoje pela manhã, no Twitter, Bolsonaro ratficou as bobagens que disse ontem à noite: “38 milhões de autônomos já foram atingidos. Se as empresas não produzirem não pagarão salários. Se a economia colapsar os servidores também não receberão. Devemos abrir o comércio e tudo fazer para preservar a saúde dos idosos e portadores de comorbidades”.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), e o vice-presidente da Casa, Antonio Anastasia (PSD), divulgaram  nota. “Neste momento grave, o país precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção”.

Em resposta às declarações do presidente, Alcolumbre e Anastasia afirmaram ser “momento de união, de serenidade e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde demais”.

Panelaço contra o presidente Bolsonaro nesta terça à noite em Águas Claras

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