Agravamento da crise exige atuação coordenada

Palácio do Itamaraty Misto Brasília
Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores/Arquivo

Do ponto de vista econômico, as medidas adotadas pelo governo nos últimos dez dias não devem evitar a recessão em 2019. Há riscos de que ela se estenda para 2020, a depender da duração e do ritmo da contágio pelo coronavírus nas próximas semanas. O cenário  ainda é de muita incerteza, mas é consenso que o desemprego, hoje com mais de 11 milhões de pessoas, será ampliado este ano.  A recessão deve  ser registrada já no segundo e terceiro trimestres.

Ao editar a Medida Provisória 927, na noite deste domingo (22), que permite a suspensão do contrato de trabalho por pelo menos quatro meses ou enquanto durar o estado de calamidade pública, o governo decidiu,  mais uma vez, ajudar  as empresas e não o trabalhador. Com a nova regra, que precisará ser aprovada pelo Congresso Nacional, o governo livrou as empresas dos custos da demissão. Novas medidas serão anunciadas nos próximos dias e, provavelmente, semanas.

Juízes criticam MP 927 e dizem que trabalhadores estão à própria sorte – #COMPARTILHE

Numa atuação ainda confusa, talvez fruto da demora em agir e da velocidade do baque da crise do coronavírus na economia, o governo parece estar anunciando medidas a conta-gotas, a medida em que percebe os problemas que surgem. Está prevista  ainda para esta segunda-feira (23) a edição de uma outra medida provisória abrindo a possibilidade de suspensão pura e simples do contrato de  trabalho, que poderá trazer ainda nova regra sobre complementação salarial via antecipação do seguro desemprego no caso de redução de salários. A conferir.

Com objetivo de aumentar a oferta de crédito, o que pode evitar a quebradeira de empresas e amenizar o tamanho a recessão, o Banco Central anunciou na manhã desta segunda-feira (23.3) redução temporária no depósito compulsório recolhido pelos bancos, o que deve injetar mais recursos na economia.

Análise – Medidas trabalhistas que podem ser anotadas – #COMPARTILHE

Nas contas do BC, as medidas de liberação de liquidez anuncias nos últimos dez dias poderão ter um impacto de R$ 1,2 trilhão na economia. As incertezas são muitas e devem aumentar ao longo dos próximos dias. É preciso que autoridades (governo, federal, estados e municípios) atuem de maneira coordenada e também integradas com Legislativo e Executivo.

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