Nova configuração palaciana em construção

Bolsonaro e militares
Bolsonaro se aproxima cada vez mais da caserna após ruídos no ano passado/Arquivo/Divulgação

O processo de fritura do ainda ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, atingiu seu ponto máximo. Ele não tem mais condições políticas para permanecer no cargo. Abaixo, algumas possíveis implicações do caso.

. O presidente Jair Bolsonaro perdeu a confiança no ministro da Casa Civil. Um claro sinal disso é o progressivo esvaziamento das atribuições da pasta, que foi bastante desidratada e não tem, hoje, o poder de tempos atrás.

. A eventual indicação de um general para o posto mostra que o presidente tenta reforçar seus laços com a caserna, após alguns ruídos, como a demissão do general Santos Cruz, meses atrás.

. O ingresso de um general na Casa Civil seria uma novidade – o cargo sempre foi ocupado por um civil, cabendo aos militares o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

. Confirmada a indicação de um general, Marinha e Aeronáutica deverão se sentir ainda mais insatisfeitas com sua pequena participação em postos de destaque do governo em relação ao Exército.

. Ainda nesse terreno, um dos principais conselheiros de Bolsonaro, o general Augusto Heleno, aliado de primeira hora, também pode estar perdendo terreno.

. O quadro geral, por sinal, reforça a maneira de governar do presidente – ele não se furta a abandonar aliados que foram fundamentais na campanha, como Gustavo Bebianno e o próprio Onyx Lorenzoni.

. Por fim, como reagirá o MDB caso o atual titular da Casa Civil seja remanejado para o ministério da Cidadania, hoje nas mãos do emedebista Osmar Terra? Haverá alguma espécie de retaliação?

. O xadrez é complexo e a situação, mesmo que resolvida no curtíssimo prazo, deixará sequelas.

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