A fuga de 75 presos da penitenciária paraguaia de Pedro Juan Caballero, há uma semana, acendeu o sinal amarelo das autoridades policiais brasileiras. É que 40 são brasileiros e 30 paraguaios e a maioria deles pertence à organização criminosa PCC. O reflexo mais visível foram as operações reforçadas na fronteira entre o Brasil e o Paraguai e nas fronteiras estaduais do Paraná e São Paulo.
A fuga que ocorreu na madrugada do último domingo (19) também chamou a atenção em Brasília. O principal chefe do PCC está preso há um ano na Penitenciária Federal de Brasília. Recentemente, houve um alerta máximo de um possível resgate de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
As preocupações aumentaram nesta semana diante de informações ainda a serem confirmadas sobre novos valores para esse resgate. Na ameaça anterior, a suspeita é que R$ 80 milhões teriam sido disponibilizados para pagamento de mercenários, bandidos da organização, helicópteros e até blindados (provavelmente carro-forte). Nesta nova suspeita, o valor seria de R$ 200 milhões, segundo uma postagem de hoje no portal Metrópoles.
O valor pode não ser um absurdo, se comparado com as suspeitas de que a fuga por um túnel no Paraguai custou à organização R$ 80 milhões. Na terça-feira (21), o Juizado Penal de Garantias da 3ª Circunscrição Judicial de Pedro Juan Caballero, decretou a prisão preventiva de todos os guardas penitenciários da Penitenciária Regional. Autoridades paraguaias chegaram a afirmar que muitos dos presos saíram mesmo pela porta da frente da penitenciária e que a fuga pode ter custado vários milhões de dólares.
Na quinta-feira, o porta-voz da Polícia Militar de São Paulo, tenente-coronel Emerson Massera, afirmou que a inteligência não aponta a vinda desses fugitivos para cá, e nem a possibilidade de acontecer algo semelhante em São Paulo. “Então, as pessoas podem ficar absolutamente tranquilas. A situação neste momento está sob absoluto controle”.
Mas na duvida, a PMSP readequou duas operações já programadas para garantir a segurança em pontos estratégicos, de acordo com informações de O Globo. Na última segunda-feira, 13 mil agentes foram realocados para rodovias, terminais de ônibus e divisas com os vizinhos Mato Grosso do Sul e Paraná.
“A fuga, principalmente pelo tipo de criminoso, exige atenção especial. Estamos usando estrutura de operações que já fazemos costumeiramente”, disse o porta-voz.
Na publicação do portal em Brasília, informa-se que há indícios de que o suposto resgate já estaria pago e seria feito pelo traficante internacional Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho. Ele é um dos principais nomes do PCC que estão soltos e atuam nas ruas.
A presença de lideranças do PCC no presídio federal em Brasília provocou conflitos entre o Governo do Distrito Federal e o Ministério da Justiça e da Segurança. O GDF afirma que é perigoso a permanência deles para a população e para autoridades nacionais e internacionais.
Até mesmo ameaças já teriam sido feitas ao governador Ibaneis Rocha (MDB). O Ministério afirmou que a preocupação é infundada, porque medidas de segurança foram tomadas para manter os bandidos presos.