“Ministro reserva” pode assumir o Ministério da Segurança

Alberto Fraga e Jair Bolsonaro
Alberto Fraga foi internado hoje e a sua esposa está na UTI com a Covid/Arquivo/Divulgação

O ministério ocupado pelo ex-juiz Sérgio Moro ainda não foi dividido, mas já tem candidato ao posto de ministro da Segurança Pública. Moro tem negado nos últimos dias a criação de uma nova pasta. Evita constrangimentos com o fim do seu “superministério”, mas o presidente Jair Bolsonaro parece que já definiu o assunto.

Ontem (22), Bolsonaro disse aos secretários de segurança pública que vai pensar na proposta apresentada formalmente pelo grupo. É provável que deva anunciar o novo Ministério da Segurança Pública quando retornar da vigem à Índia. Enquanto isso não ocorre, o ex-deputado e coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, Alberto Fraga (DEM), tem transitado pelo poder como se já fosse o novo ministro.

Fraga elogia a atuação do ex-ministro Raul Jungmann no governo Michel Temer. “Sempre conversava com os secretários”. O Ministério da Segurança Pública é uma invenção da bancada da bala, núcleo em que Fraga era bastante atuante quando estava na Câmara dos Deputados. Temer criou a pasta na ampla negociação que evitou por várias tentativas a abertura do processo de impeachment.

O ex-coronel foi candidato ao governo do Distrito Federal nas eleições passadas. Recebeu 88,4 mil votos, muito abaixo do que esperava, mesmo fazendo campanha aberta para Bolsonaro. Não conseguiu surfar na onda bolsonarista. O vencedor foi Ibaneis Rocha (MDB), um adversário que não só venceu a peleja com grande vantagem, como também derrotou Fraga em embates na justiça eleitoral. Depois das eleições, Alberto Fraga disse que iria abandonar a vida pública. A promessa, como se vê não foi cumprida.

Alberto Fraga já tinha sido cotado para assumir um posto relevante desde o início do governo Bolsonaro. A indicação ficou no meio do caminho por conta da justiça. Em abril passado, ele teve a pena aumentada pela segunda instância num processo que envolveu a cooperativa Coopertan. A condenação aplicada pela primeira instância a uma pena de quatro anos e dois meses. Aumentou para seis anos na fase seguinte. Fraga ainda apela contra a condenação.

O ex-deputado nunca se distanciou do Palácio do Planalto e do Palácio da Alvorada. O próprio presidente da República chegou a dizer em algumas situações que Fraga era “ministro reserva” ou um 23º ministro. É um conselheiro político e uma espécie de interlocutor informal do presidente com os políticos.

Na sua conta está a indicação do procurador-geral Augusto Aras e uma aproximação que ainda não se consumou com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O  ex-deputado esteve ao lado de Bolsonaro quando foi anunciado o reajuste para a Polícia Militar e Polícia Civil do DF. A Medida Provisória acabou virando um projeto de lei, que não tem data para votar. Os mais otimistas acreditam que isso pode acontecer depois de abril.

Fraga seria muito mais um interlocutor de Bolsonaro. É um “amigo pessoal” do presidente, amizade criada desde a década de 1980, quando ambos frequentaram um curso juntos e ainda vestiam fardas militares.

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