O comandante do exército iraniano disse que Washington não teve a “coragem” de iniciar um conflito depois de o presidente norte-americano Donald Trump ter ameaçado atingir dezenas de alvos na República Islâmica. “Duvido que eles tenham a coragem de iniciar” um conflito, disse o major general Abdolrahim Mousavi, citado pela agência estatal de notícias IRNA.
Trump advertiu na noite de sábado que os Estados Unidos atingiriam o Irã com mais força do que nunca se retaliassem o assassínio de Qassem Soleimani, o comandante das operações estrangeiras da Força Qods dos Guardas da Revolução. Mas o chefe do exército do Irã rejeitou as ameaças como uma tentativa de distrair a opinião global do “ato hediondo e injustificável que eles fizeram”.
Soleimani foi morto num ataque aéreo americano na sexta-feira perto do aeroporto internacional de Bagdad, ordenado por Trump, que acusou o general de planear um ataque iminente aos diplomatas e tropas americanos no Iraque, publicou o diário português DN.
“Que isto sirva como um aviso de que se o Irã atacar algum norte-americano, ou bens norte-americanos, nós temos sob mira 52 locais iranianos… alguns de muito alto nível e importantes para o Irão e para a cultura iraniana”, tuitou Trump.
Os alvos serão atingidos “de forma muito rápida e com enorme força“, ameaçou ainda, antes de concluir que “os EUA não querem mais ameaças!”
Os iranianos responderam também através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, à ameaça específica de alvejar locais culturais. “Depois de ter cometido graves violações da lei internacional em assassínios covardes na sexta-feira, Donald Trump ameaça cometer novas violações ao jus cogens [direito internacional]. Alvejar locais culturais é um crime de guerra”, lembrou o chefe da diplomacia iraniana.