Horas extras diminuem número de postos de trabalho

Carteira do trabalho
Há milhares de trabalhadores subutilizados no mercado de trabalho/Arquivo

Talvez este artigo pudesse ter outro enfoque se não vivêssemos a emergência do desemprego, do sub-emprego, do desalento e da informalidade que o país atravessa de forma dramática.

Mesmo nessas circunstâncias, não faltarão trabalhadores ou empresários que se ponham em posições diversas quanto ao tema, contra ou a favor da diminuição ou supressão das horas extras.

Para os trabalhadores as horas extras representam um plus em sua remuneração, se corretamente pagas.

Mas contrariam, quando excessivas, as normas de saúde do trabalho, razão pela qual a lei, frequentemente burlada, limita o seu número.

Para as empresas, a solução pode ser mais cômoda ou mais barata, dependendo do acordo coletivo em cada caso e das disposições celetistas.

Os sindicatos nunca se ocuparam do tema, pois egoisticamente sempre representaram os que estão empregados e podem pagar contribuição, não se movimentando para socorrer os que não integravam ou não integram seus quadros.

No entanto, nesta emergência que vive a economia brasileira, o assunto não é só dos trabalhadores nem só das empresas, também em dificuldades, mas pertence a todo o país, pois não se trata de socorrer categorias ou grupos, mas de arrancar o país do desastre.

Os números de desempregados, subempregados, desalentados ou caídos na informalidade, superam em muito os escandalosos 25% de desempregados assinalados pelos índices oficiais, para beirar quase 50% da mão de obra disponível, conforme estudos de acadêmicos e professores universitários atuando com independência e por conta própria.

É preciso examinar a possibilidade de em comum acordo com empresários e trabalhadores substituírem-se, ainda que por etapas, mas rapidamente, horas extras por postos de trabalho.

Postos de trabalho são o nosso compromisso também com a atual geração, que não pode ser escolhida para o sacrifício em favor das futuras gerações, da mesma forma que estas não poderiam ser ceifadas para garantir o presente.

O nosso compromisso não é só com o futuro, é também com o presente.

Não haverá sobrevivente para receber aposentadoria no futuro se não tiver no presente emprego e salário para sobreviver até lá.

E àqueles que não se comovem com razões cívicas e humanitárias, convém lembrar que a atual geração é a que votará no ano que vem e em 2022.

Na política, os movimentos são pendulares.

A incompetência do PT, salvo para furtar, trouxe à Presidência da República seu atual titular.

Um desastre deste governo poderá trazer de volta o populismo e o PT, isso se não tivermos a má sorte de ver concretizada a profecia de Lenin, “ A violência é a parteira da história”.

Curioso e injusto que o atual presidente esteja entre a cruz e a caldeirinha.

Se as reformas passarem, fazendo cortes, sua popularidade cairá.

Se não passarem, cairá mais ainda.

Desta forma, certamente só por patriotismo, que não lhe faltará, poderá enfrentar as alternativas colocadas.

Há muita gente falando. É preciso centrar o debate: convém ou não diminuir ou excluir as horas extras nesse momento em que ainda há um bolo, mas pequeno demais para ser dividido por todos se à fatia de cada um se acrescentarem pagamentos extraordinários a qualquer título.

É preciso examinar a possível troca de horas extras de serviço por novos postos de trabalho.

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