As associações pedem mudanças na reestruturação da carreira militar (PL 1.645/2019) e tiveram o apoio dos senadores Major Olímpio (PSL-SP) e Izalci Lucas (PSDB-DF). Izalci, que é vice-líder do governo, disse que fará gestões junto ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para atender os pleitos das baixas patentes (sargentos, cabos e soldados, principalmente).
A presidente da Associação Brasileira dos Militares Especialistas da Aeronáutica (Abramear), Cibele Lima, avalia que o projeto de reestruturação tem uma filosofia “intrinsecamente elitista“. Hoje (26) houve um debate sobre a proposta na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado.
“Se queremos um pais melhor, a visão precisa ser macro, não micro. O Ministério da Defesa só leva em conta os interesses de 18% dos militares. Os graduados [praças, de baixa patente] são tratados como lixo. Senado, este é um grito de socorro, nos ajudem! Os generais vão ter 62% de aumento, enquanto a base, que é 82% da tropa, vai ter 4%. Se esse projeto passar, vão chover ações judiciais” Cibele Lima.
Para Ivone Luzardo, da União Nacional de Esposas de Militares das Forças Armadas (Unemfa), o projeto é marcado por “desigualdades extremas”.
Segundo ela, 78% do adicional de habilitação, o equivalente a R$ 67 bilhões nos próximos 10 anos, será incorporado aos soldos dos oficiais-generais das três Forças. Não que eles não mereçam, nós é que não podemos admitir uma divisão tão desigual e desumana. Já 82% dos graduados, que é a tropa, ficarão com R$ 19 bilhões.
Os generais terão ganhos de 59,49%, enquanto os terceiros-sargentos terão 4,1%. O reajuste bruto dos generais será de R$ 12 mil, e eles merecem. Mas os terceiros-sargentos terão R$ 229. (Com a Agência Senado)