Eleições presidenciais em outubro na Argentina, Uruguai e Bolívia

Bolívia eleições observadores
Pelo menos 230 observadores internacionais acompanham os comícios na Bolívia/El Diário
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Outubro é um mês-chave na América do Sul: sete dias agitados em que Uruguai, Argentina e Bolívia realizam eleições presidenciais. Em Montevidéu, independente de quem ganhar, haverá novidades. Em La Paz, Evo Morales busca sua quarta reeleição. Também Mauricio Macri tenta se manter no cargo, em Buenos Aires. Enquanto as oposições uruguaia e boliviana advertem para os riscos de uma “venezuelização” de seus países, os governistas usam o exemplo da Argentina como prova do colapso que uma mudança pode trazer.

Em 20 de outubro, a Bolívia escolhe quem governa o país até 2025. A oposição denuncia que a candidatura de Morales é ilegal, já que a Constituição proíbe que um presidente concorra a um quarto mandato consecutivo. Além disso, em fevereiro de 2016 essa possibilidade foi descartada através de um referendo, em que cerca de 51% dos eleitores votaram pelo “não” a uma nova candidatura de Evo Morales. Mas o Tribunal Superior Eleitoral deu sinal verde para um eventual quarto mandato.

Os principais opositores são o ex-presidente Carlos Mesa e Óscar Ortiz. A questão é se Morales conseguirá se eleger já no primeiro turno, para o que precisa de mais de 50% dos votos, ou mais de 40% e dez pontos percentuais de diferença em relação ao segundo lugar.

O superdomingo rio-pratense será em 27 de outubro, quando votam Uruguai e Argentina. O partido de esquerda e governista Frente Ampla (FA) apresenta como candidato o prefeito de Montevidéu, Daniel Martínez.

Seus principais rivais são Luis Alberto Lacalle Pou, do conservador Partido Nacional, e Ernesto Talvi, do centrista Partido Colorado. “Será uma eleição seguramente acirrada. A dúvida é se a FA conseguirá ganhar no segundo turno”, expõe o sociólogo uruguaio Agustín Canzani.

A FA governa desde 2005, e “hoje se vive uma mudança de liderança histórica”, avalia Canzani, destacando que nem o atual presidente, Tabaré Vázquez, nem seu antecessor José Mujica, nem o ex-vice-presidente e atual ministro da Economia, Danilo Astori, se candidataram.

A Venezuela é já há alguns anos um fantasma que assombra cada uma das eleições da região. Mas desta vez a novidade é que o papel central cabe ao perigo de uma virada “à moda Argentina“, bandeira que passou a ser empunhada pelos governistas tanto na Bolívia como no Uruguai.

Macri era um pós-populista que devia triunfar para que fosse possível se falar de uma bem-sucedida guinada para a direita. Não funcionou, e [o brasileiro Jair] Bolsonaro tampouco. Argentina está sendo usada como foi a Venezuela. Macri, em seus próprios termos, foi um fracasso absoluto: não melhorou nenhuma variável e piorou várias”, critica Stefanoni, da Nueva Sociedad.

Uma virada política na Argentina teria implicações geopolíticas. Nas primárias de agosto – que funcionam, na prática como, uma sondagem – o oposicionista Alberto Fernández venceu por grande margem, e os analistas preveem que ele será o próximo presidente. De fato, já é recebido por presidentes e sugere como será sua política exterior.

“Dá a impressão de que se moveria numa linha social-democrata, buscando relações com Espanha, Portugal, Uruguai e Bolívia; uma relação boa, mas não subordinada com os EUA; e uma negociação pragmática com o FMI”, explica o jornalista. (Da DW)

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