A senhora Truman, esposa do ex-presidente americano, costumava dizer: “Se quiser um amigo em Washington, consiga um cachorro”.
Vinicius de Moraes sustentava que o Whisky é o cachorro engarrafado.
As duas afirmativas mostram bem a necessidade da alma em ter consigo algo que a anime e reconforte.
Nessa época de tanta frieza e indiferença entre as pessoas, em que o WattsApp matou o bate papo e as pessoas se preocupam apenas com o êxito, a qualquer preço e custo, é preciso escoimar o termo cachorrada como expressão da sequência de impropriedades e egoísmos que nos trouxeram e nos mantêm por enquanto à beira dessa barragem a montante, repleta de lama.
Na verdade, a referência a esse simpático personagem canino deveria estar associada a episódios comoventes e até épicos, como se viu recentemente, aos pés do caixão do presidente Bush, o seu fiel companheiro Sully, o labrador que o acompanhou até o sepultamento, merecendo uma foto de repercussão internacional, com a legenda “Mission accomplished”, missão cumprida, que ele desempenhou como poucos dentre nós.
No Japão, em cidade do interior, estátua retrata o cão que esperava todas as tardes por seu dono na estação, até que ele não voltou, porque morreu. A despeito disso, durante 15 anos o seu cão de estimação continuou retornando todos os dias para espera-lo, numa afeição que encontra poucos paralelos.
Nós sempre tivemos os nossos amigos, Chicó e por último Bolota, um belo labrador caramelo, ambos companheiros por muitos anos até como espectadores de debates de televisão, que naturalmente não entendiam, como de resto também não entendia e não entende todo o País.
Hoje Bolota nos deixou.
E pela notícia da sua ausência agora permanente é que percebemos o valor daquela presença silenciosa e amiga, incansável ao nosso lado. Doeu, dói e doerá muito.
Mas desse fato de repercussão estritamente pessoal, passei a refletir sobre quantas coisas, situações e pessoas de inestimável valor se deparam conosco ao longo da vida, sem lhes darmos o valor e a atenção devida naquele dado momento.
Assim fazemos nós, as pessoas.
Mas não podem fazer os países.
O Brasil saiu da urnas consumando uma revolução pelo voto e constato com satisfação que o Presidente assim eleito se revela melhor do que parecia ser o candidato.
Votei nele porque não votaria no PT que destruiu a economia e ameaçou o futuro do País.
Mas passei a ter uma opinião alvissareira, quando logo depois de proclamado o resultado, anunciou-se o Ministro Moro para a pasta da Justiça, seguindo-se outros nomes altamente expressivos, inclusive das Forças Armadas, sabidamente preparadas desde o início da carreira através de cursos e aperfeiçoamentos para uma gestão eficaz do País.
Não deixemos que esse momento tão auspicioso se transforme na Washington da senhora Truman, mas aproveitemos os homens de bem e de competência, colocando o interesse nacional acima de querelas e picuinhas, para poder realizar o que interessa ao povo brasileiro.
O bom governo é o melhor amigo do povo.
A pauta dessa semana e das próximas deve ser as reformas, não os desentendimentos, as intrigas e a sua propagação, em que se viciaram políticos e também a mídia.
Vamos mostrar que os homens da atualidade merecem a amizade que dá título a este artigo, a oportunidade atual é uma grande e preciosa amiga.