Tenho inveja da Dinamarca

Dinamarca é o país mais feliz do mundo, de acordo com o ranking de felicidade da ONU. Tem quase 6 milhões de habitantes, o dobro da população do Distrito Federal. O país nórdico perto da Suécia e Noruega tem uma qualidade de vida invejável e sua política é muito diferente do que é apresentado em “Hamlet”.

A frase “há algo de podre no reino da Dinamarca” foi uma liberdade literária de William Shakespeare para ilustrar o enredo em torno de homicídios e traições que ocorria na estória. A verdade é que a monarquia constitucional teve um papel importante para a construção de uma cultura que hoje é festejada e invejada no mundo.

A Dinamarca aparece nesta segunda-feira por conta de um vídeo de sete minutos que assisti. Um amigo de Santa Catarina, chamado Luís Meneghin, disparou o material pelo WhatsApp certamente para me fazer raiva. Na reportagem há depoimentos e, naturalmente, belas imagens.

O que se destaca é a vigilância que se faz sobre os políticos, porque como aqui, há uma desconfiança natural do Parlamento e dos governos. A vigilância faz com que os gestores se ajustem aos interesses da população.

Na edição de hoje do “FolkeBladet”, por exemplo, informa-se que o prefeito Lars Thonsen foi expulso da esquerda. A cidade de Glostrup tem 825 anos. A população local acha que as ideias de Thonsen não se enquadra. Ele quer que sejam criados 30 mil empregos e 30 mil residentes até 2030. A população não concorda. Pronto. Thonsen sofre as agruras de um governante fora do eixo de seu eleitorado representado pelo Conselho da Cidade.

No Brasil, os prefeitos seguem um ritmo diferente. Não levam em consideração o que pensa a população ou quando dizem que pensam, é para levar vantagem nos momentos das eleições.

No mesmo “FolkeBladet” há uma notícia sobre um homem que invadiu um apartamento e atacou uma mulher com uma espátula presa a uma vara no ano passado. Era um curdo da Turquia que pediu asilo na Dinamarca e depois solicitou asilo na Suécia onde tem uma namorada. Ele foi condenado a cinco meses de prisão e uma expulsão da Dinamarca por seis anos.

A nota é para registrar que mesmo no “paraíso” a Humanidade é violenta, mas certamente bem menos que na Terra de Macunaíma. Aqui, a violência faz parte do cotidiano. Lá, ela não figura como uma rotina nas páginas de jornais. Ah, lá eles matam baleias, mas isso é outra conversa.

Em tempo: no ranking de felicidade são levadas em consideração questões como PIB per capita da população, expectativa de vida saudável, percepção de corrupção no país e liberdade.

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