Antes de iniciar o discurso, o deputado Jair Bolsonaro cantou o Hino Nacional com o público que se espremia numa das salas de comissão da Câmara dos Deputados. Depois, pediu uma oração feita pelo senador Magno Malta (PR-ES) antes de falar. Magno poderá fazer parte da chapa como candidato a vice-presidente.
O ato público marcou a sua filiação ao PSL e uma espécie de pré-lançamento da campanha à Presidência da República. Bolsonaro se emocionou quando mencionou a mãe que faz 91 anos assim que começou a falar.
Antes de Bolsonaro não faltaram discursos inflamados para uma plateia evangélica que não cansou de gritar a palavra “canalhas”. Magno Malta aproveitou para atacar o ex-governador Geraldo Alckmin, o ex-presidente Lula e Aécio Neves. “Eles têm a frauda suja da Lava Jato”.
Bolsonaro preferiu não carregar na questão da segurança, coisa que os anteriores já tinham dito à exaustão. Aproveitou para se estender sobre economia, num indicativo de suas aulas sobre o assunto com Paulo Guedes, apontado por muitos como ministro da Fazenda, caso Bolsonaro seja eleito.
Principais pontos do discurso
O general (de reserva), Augusto Heleno, será o ministro da Defesa. Um futuro ministério nosso terá civis e militares.
Precisamos de deputados honestos que tenham ou não religião, que sejam patriotas. Só tem uma maneira dessa bandeira ficar vermelha, é com meu sangue.
Nós militares sempre fomos amantes da liberdade e da democracia. As ditaduras se consolidam quando entra o desarmamento. A bancada da bala vai crescer no ano que vem. Quem sabe, aqui por sugestão de Franceschini (deputado Fernando Franceschini), a bancada da metralhadora. Mas o mais importante que a vida é a liberdade.
Raul Jungman é um comunista.
Muita coisa tem que ser descontruída no Brasil. O Brasil está coberto de escombros. Vamos buscar a desburocratização, não podemos atrapalhar quem quer produzir para si e para sua pátria.
Nós queremos apresentar quem estará ao nosso lado. Pessoas que quando vocês tomarem conhecimento, vão se orgulhar. Nós temos que mudar essa forma de fazer política no país.
O que é governabilidade atualmente? A Imprensa está conivente com a corrupção? Parece que sim.
A violência se combate com mais energia e, se for o caso, com mais violência. Afinal de contas, grande parte dos bandidos não são recuperáveis.
Não podemos admitir com esse crime que fazem com o homem do campo. O nosso Parlamentar tem que tipificar como terrorismo as ações do MST. Eles são tão ousados que os marginais que o MTST vai ter até um candidato a presidente.
Se nós chegarmos lá, e nosso grupo está crescendo, e não vamos negociar uma vírgula com o PT e MST. Quem reza com a cartilha da esquerda não merece conviver com a cartilha… A igualdade que eles prometem é da miséria. Não queremos essa utopia, essa perfeição hipotética da esquerda.
Nós somos da direita. Respeitamos a família. Está na Constituição que o casamento é entre homem e mulher. Eu não tenho nada contra o homossexualismo. Mas para nós não é normal, mas respeitamos. Preferimos chegar em casa com o braço quebrado jogando futebol do que vê-lo brincando com boneca.
Nós temos que fazer com o mundo. Uma coisa é comprar uma galinha, outra coisa é comprar o galinheiro. Tem país comprando o subsolo no Brasil. Nós não podemos entregar as nossas terras, portas, hidrelétricas para outros países. Se entrar o capital de fora que seja, mas que tenha um limite. Nem todas as estatais têm que ser privatizadas, o que é estratégico tem que ser preservado.
Temos que ter um ministro da Agricultura e do Meio Ambiente indicado pelo setor. Temos que ter poucos ministros e serem responsáveis por suas áreas. Se essa for a vontade de Deus, seguiremos neste percurso. Se nós conseguirmos fazer um governo bom, todos vão se beneficiar.
Vamos fazer valer o voto impresso. Com o voto impresso, pode ter certeza… Muito obrigado pela oportunidade. A única certeza que nós temos é que não pode continuar como está. Temos tudo para sermos uma grande nação. Brasil acima de tudo.
