O que é a criptomoeda bitcoin

Um antigo ditado em inglês diz: “Se se parece com um pato, se move como um pato e grasna como um pato, então provavelmente é um pato.” De forma analógica, observando o gráfico de valorização do bitcoin – uma moeda virtual que usa a tecnologia ponto-a-ponto em sua rede de operações – vê-se todos os indícios de que ela se parece, se move e “grasna” como uma bolha especulativa.

O bitcoin é a mais conhecida das dezenas de criptomoedas que surgiram como cogumelos depois da chuva nos últimos anos. Basicamente, bitcoins são moedas digitais criptografadas, criadas de forma gradual e descentralizada por milhares de computadores que rodam complicados programas de criptografia, os quais exigem uma enorme capacidade de processamento e muita eletricidade.  

No início de 2017, uma unidade custava em torno de US$ 1 mil, dólares. Passados quase 11 meses, essa mesma unidade chegou a atingir a marca dos US$ 11 mil na quarta-feira (29). Um dia depois, valia cerca de US$ 9.800.

Nicholas Perrin é um estrategista e analista de sistemas da Holochain, uma empresa de especialistas em software que tenta desenvolver uma tecnologia rival à blockchain, que está por trás do bitcoin, explica que por causa do seu design, o sistema bitcoin não é apropriado para nada além da especulação financeira.

O processo de criação de bitcoins, chamado de “mineração”, foi deliberadamente desenvolvido para ser difícil, caro e lento, de forma que leve mais de um século para que o último bitcoin seja gerado, por volta do ano 2140. A fim de tornar os bitcoins escassos e, consequentemente, potencialmente valiosos, os criadores do software, o blockchain, impuseram um limite fixo ao número total de unidades da moeda virtual que pode vir a ser criado que é de 21 milhões.

Conceitualmente, os bitcoins são, portanto, análogos às moedas de ouro. E como o ouro é um metal raro e extraído por meio de processos de mineração difíceis e onerosos, o processo computacional difícil e oneroso usado para criar bitcoins é chamado de mineração.

Um dos maiores problemas do sistema financeiro atual é falta de “inclusão financeira“, ou seja, sua incapacidade de fazer com que as pessoas mais pobres tenham acesso a dinheiro, crédito, contas correntes, seguros e outros produtos financeiros. De acordo com um estudo de 2016 do Banco Mundial, cerca de 39% da população mundial, o que significa cerca de 2 bilhões de adultos, não têm conta em banco.

O bitcoin não é feito para os pobres, observa Perrin, porque os dois caminhos para se pode obter essa moeda virtual são inacessíveis às pessoas de baixa renda. Um deles é comprá-la através do mercado virtual, usando dinheiro de verdade. O outro é a mineração de bitcoins, que envolve uma grande quantidade de computadores especializados. (Da DW)

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