A apatia no lugar da indignação

Compartilhe:

A população brasileira está “cada vez mais indignada” com os sucessivos escândalos de corrupção e a crise política que atingiu o presidente Michel Temer, mas essa indignação, em vez de se canalizar em um “grito de basta” suficientemente forte para promover mudanças, vem se traduzindo em “desolação, apatia, conformismo”, considera o sociólogo Sérgio Abranches.

“As pessoas das mais variadas procedências estão dizendo ‘não tem jeito’, ‘eu quero ir embora’. Essa é a pior reação”, opina Abranches, de acordo com entrevista concedida à BBC Brasil.

“Eu gostaria de ver uma explosão social, gostaria de ver o povo na rua, completamente indignado, não aparelhado, realmente disposto a ir às últimas consequências, se necessário, para mudar a situação.”

O sociólogo de 67 anos acha ser necessária uma “ruptura” para restabelecer a representatividade política, uma reação popular desgarrada das “velhas estruturas partidárias”.

“Não estou defendendo a baderna. Mas essa (a mobilização social) é uma das poucas saídas que vejo para mudanças mais radicais no Brasil”, diz à BBC Brasil em sua casa no Rio de Janeiro.

Acho muito pouco provável que vá até as eleições de 2018. A Presidência Temer vai terminar antes disso. No curto prazo, você teria uma solução mais rápida que já foi descartada por Temer, a renúncia. Essa seria a forma mais rápida, eficaz e indolor de colocar o país de volta nos trilhos, mas já foi descartada.

Ao decidir resistir, na minha opinião, ele cometeu o segundo crime de responsabilidade, porque isso vai custar caro ao país, a ele e ao orçamento público.

Informativo Misto Brasil

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo gratuito no seu e-mail, todas as semanas

Assuntos Relacionados

Oportunidades

DF e Entorno





Informativo Misto Brasil

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo gratuito no seu e-mail, todas as semanas