O presidente brasileiro tem pouco mais de dez dias para tentar recobrar seu prestígio político no Congresso e convencer de que é capaz de comandar a aprovação das reformas liberais que prometeu antes de enfrentar os ministros do Tribunal Superior Eleitoral que podem cassar seu mandato por irregularidades na campanha de 2014, quando era vice de Dilma Rousseff.
Se há pouco mais de uma semana sua cabeça parecia mais distante da degola, com o Governo presenciando uma tímida recuperação econômica e suas reformas progredindo no Congresso, o abalo político que Temer sofreu desde a semana passada, com a divulgação da comprometedora delação da JBS, pode ter invertido suas chances, escreve Talita Bedinelli, do El País.
Apesar de 17 pedidos de impeachment (até agora) protocolados na Câmara, a aposta da oposição e até mesmo entre governistas é de que a saída do presidente tem mais chance de sair mesmo é pelo TSE, que começa o julgamento no próximo dia 6 de junho.
Seria uma solução mais rápida para a crise do que um arrastado processo de destituição. Foi o próprio Temer quem reconheceu um possível peso da conjuntura política no veredito do TSE, uma corte formada por três ministros do STF, dois do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e dois advogados recentemente indicados pelo Planalto.