As revelações abertas pelos donos da empreiteira Odebrecht e seus principais executivos trarão também provas e evidências sobre o suborno de figuras públicas dos países onde a empreiteira atua.
Os dados chegarão aos ministérios públicos no dia 1º de junho, quando começa o intercâmbio de provas documentais da corrupção praticada em 11 países, entre eles México, Argentina, Peru e Colômbia.
“A partir dessa data os países que nos pediram informações e estão dentro do acordo irão recebê-las”, explica Vladimir Aras, procurador da República responsável pelos trabalhos de cooperação internacional da operação Lava Jato.
Nas delações abertas na semana passada, não foram liberadas informações sobre delitos competidos pela Odebrecht em suas operações internacionais, muito embora algumas pistas do que vem por aí tenham ficado evidentes.
Entre elas, a que Marcelo Odebrecht afirmou “que o Grupo Odebrecht, a pedido de Antônio Palocci Filho, teria repassado via Setor de Operações Estruturada, US$ 3 milhões à presidência do Peru Ollanta Humala”. A doação de recursos ilícitos teria acontecido em 2011, quando Humala concorreu à presidência pelo Partido Nacionalista.