O publicitário João Santana mudou sua versão e disse que recebeu dinheiro não contabilizado para fazer a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele fechou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal no último dia 4.
“Por isso, a primeira versão minha, que esses recursos eram todos de campanhas no exterior. Não estava mentindo de todo, porque boa parte dos recursos provinha disso”, disse ontem em depoimento ao juiz Sérgio Moro.
Além disso, ele relatou que foi remunerado por fora nas campanhas municipais dos também petistas Fernando Haddad, em São Paulo, e Patrus Ananias, em Belo Horizonte, em 2012; e de Marta Suplicy (hoje no PMDB), em São Paulo, e Gleisi Hoffmann, em Curitiba, em 2008. Os repasses teriam sido feitos pela empreiteira Odebrecht por intermediação do ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antônio Palocci.
Mônica Moura, sua sócia na Polis de marketing político, disse ao juiz que “em todas as campanhas políticas” que o casal atuou houve pagamento de caixa dois.
Ela também explicou que os valores eram pagos em espécie — “em malas e mochilas entregues em hotéis e flats. Assim como a gente recebia em caixa 1 e 2, a gente também gastava em caixa 1 e 2” — e que “todos os candidatos” sabiam dos pagamentos por fora”, segundo registro da Veja.