A introdução de animais exóticos no Cerrado, como o javali, leva ao desequilíbrio do ecossistema de diversas formas. Uma vez na região, ele disputa — em vantagem — território e alimento com as espécies nativas que ocupam o mesmo nicho ecológico, como o caititu. Outro problema é que a caça do invasor abre brecha para o abate proibido de espécies da fauna local, como tatus, tamanduás e pacas.
O objetivo é flagrar quem descumpre a lei. “Temos um trabalho contínuo de combate à caça irregular em todo o Distrito Federal”, afirma o primeiro-sargento Luciano Cunha, Polícia Militar Florestal, de acordo com a Agência Brasília.
A caça do javali é regulamentada em todo o País desde 2013, quando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) declarou o animal nocivo em todo o território brasileiro
“O javali tem hábito generalista, come arbustos, revira o solo em busca de raízes, desfaz ninhos. Ele destrói os locais por onde passa”, explica a gerente de Fiscalização de Fauna, do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Karina Loureiro Kegles Torres.
De nome científico Sus scrofa, ele é de origem europeia, mas se adaptou muito bem ao Brasil. Foi trazido para fim comercial na década de 1980. Mas a atividade foi proibida em 1998, e os criadores optaram por soltá-lo no meio natural. Dessa forma, a espécie se espalhou pelos estados, e no DF encontrou oferta de alimento.