Lava Jato completa três anos

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Na próxima sexta-feira o dono de umas delações mais abrangentes da Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef, voltará  à liberdade. Será um cidadão qualquer, segundo a legislação. Por coincidência, no mesmo dia, a Operação Lava Lato completa três anos.

Ele e Marcelo Odebrecht são os únicos delatores ainda presos, mas as investigações estão numa fase crucial. Políticos agora denunciados tentam esvaziar a maior operação da história contra a corrupção. A Lava Jato fez acordos de cooperação com 37 países, mas por enquanto o Supremo Tribunal Federal ainda não condenou políticos.

A Lava-Jato sobrevive há três anos desde que iniciou as revelações sobre o cartel de empresas que desviou dinheiro da Petrobras. A operação rastreou, até o momento, R$ 4,1 bilhões pagos em propina a autoridades e condenou 89 pessoas envolvidas no escândalo, de acordo com reportagem de O Globo.

Foram recuperados R$ 10 bilhões aos cofres públicos e 89 condenados a penas que somam pelo menos 1.383 anos de prisão, considerando apenas ações de irregularidades na Petrobras.

Para o juiz Sérgio Moro, registra O Globo, a corrupção envergonha, e é preciso seguir em frente nas investigações. Ele afirma que os esquemas viraram regra na política brasileira.

“Os casos já julgados revelaram um quadro de corrupção sistêmica, no qual a propina virou a regra e não a exceção. Isso nos causa vergonha. Mas é motivo de orgulho o fato de que o Brasil está tomando passos sérios e firmes para enfrentá-la. É importante ir adiante, especialmente no momento em que países vizinhos, inspirados pelo exemplo, buscam também adotar medidas contra o mesmo tipo de problema”.

O coordenador da força tarefa da operação Calicute, o procurador da república Leonardo Cardoso de Freitas, diz que, no Rio, a investigação sinaliza que velhas práticas não são mais aceitas sem receio algum:

“Hoje, aquele que pretende praticar atos de corrupção ou lavagem de dinheiro tem de pesar o risco real de ser preso”.

O advogado Antonio Figueiredo Basto, responsável pelo acordo de Youssef e de outros cinco fechados na Lava-Jato: “A delação é hoje um mecanismo de defesa do acusado. Além disso, temos no Brasil uma criminalidade de Estado. São crimes coletivos e transnacionais e é impossível chegar ao “núcleo duro” sem que alguém de dentro diga como funciona”.

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