Duas grandes organizações vêm fazendo história no Brasil na última década. A semente do empreendimento remonta à época da ditadura militar. Hoje, elas dominam os negócios em quase todos os estados.
Aqui não se trata de uma empresa tradicional, mas de administrações voltadas para o crime. Estamos falando do Primeiro Comando da Capital (PCC), estruturado a partir dos presídios de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), que surgiu nas cadeias cariocas.
PCC e CV são hoje organizações respeitadas nos presídios e nas periferias. Até juiz decide suas sentenças levando em consideração as chamadas facções.
Quando resolvem “tocar o terror” desafiam o Estado e a sociedade, pois enquanto os governos dormem, a bandidagem amplia suas ações como tentáculos em atividades de tráfico, assaltos e outros crimes.
As duas grandes organizações criminosas estão aniquilando gangues locais, impondo suas regras “talibãs”.
Em Fortaleza, por exemplo, PCC e CV firmaram um acordo de pacificação. Por obra da bandidagem organizada, os crimes na capital cearense, que atrai milhares de turistas, caíram. Quem mora na periferia anda mais tranquilo. As favelas vivem um momento de pacificação.
Com a chegada do CV e do PCC, assaltos nos bairros foram proibidos, e o ciclo de vinganças provocado pelas gangues foi interrompido, registra reportagem do El País, assinada por Gil Alessi.
“Hoje em dia ninguém mais toma atitudes isoladas, não se pode quebrar a paz. Aqui não se tira mais uma vida à toa, nem em caso de dívida de droga”, diz o traficante.