Até o final do mês, o governo deverá encaminhar ao Congresso Nacional a proposta da reforma Previdenciária. O documento chega aos parlamentares após o retorno da viagem de Michel Temer (PMDB) à China.
Os principais assessores do agora presidente interino, assim como a equipe econômica, têm pressa. Segundo eles, para sinalizar aos agentes financeiros que o governo está adotando medidas para o ajuste fiscal.
O tema bastante impopular será conduzido pelo ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que terá a missão de convencer a base aliada a aprovar a reforma.
Alguns técnicos da área econômica acreditam que, mais que uma agenda de ajuste fiscal, a pauta da reforma da Previdência asseguraria uma trajetória de crescimento sustentável, segundo o jornal Valor.
Sem a reforma da Previdência Social, seria necessário aumentar a carga tributária em dez pontos percentuais do PIB, somente para conter o crescimento do rombo dessa conta, o que seria insustentável.
De acordo com a reportagem do jornal, o arcabouço geral prevê a criação de um regime único da aposentadoria para trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos, com fixação de idade mínima, que pode ser por volta de 65 anos.
Deve ser aplicada uma regra de transição de 15 anos para quem tem mais de 50 anos com aumento em 40% ou 50% sobre o tempo restante para aposentadoria. “Acredito que há condições favoráveis do ponto de vista político para realizar essas mudanças. Antes, essa discussão era impensável. Hoje, há sensibilidade no Congresso Nacional sobre o tema”, analisou.