Uma sessão enfadonha, sem muita emoção e novidades e mais longa do que o previsto marcou o primeiro dia do julgamento de Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal.
Os argumentos apresentados, usados à exaustão durante todo o processo de investigação, que começou com o afastamento da presidente em 12 de maio passado, parecia interessar pouco até os próprios parlamentares, que permaneciam em articulações paralelas para tentar suas últimas cartadas políticas ou grudados na tela de seus celulares.
O acordo feito na véspera entre senadores da base de Michel Temer, que pretendiam que apenas líderes parlamentares questionassem as testemunhas para diminuir o tempo das falas, não teve muito efeito inicialmente e esse primeiro dia de sessão avançou pela noite e deveria seguir ao menos até o início da madrugada de sexta-feira.
O ministro Ricardo Lewandowski, que preside o julgamento, afirmou que respeitaria um acordo com os líderes partidários para que os depoimentos das duas testemunhas de acusação fossem ouvidas no primeiro dia e, assim, as seis testemunhas de defesa ficassem concentradas no segundo dia de sessão que, se preciso fosse, entraria pelo final de semana.
O objetivo é que Dilma Rousseff faça sua defesa já na segunda-feira. Ela deve estar acompanhada pelo ex-presidente Lula da Silva, que decidiu comparecer ao Senado, o que deve constranger parlamentares que antes eram aliados do PT e agora defendem a saída definitiva da presidenta. Renan Calheiros contou nesta quinta ter conversado com a petista e, segundo ele, ela virá acompanhada de uma comitiva de 20 pessoas.
O grupo deve ser acomodado em uma das tribunas laterais do plenário. (Com El Pais)