O projeto de lei 5864, que recebeu nesta semana o carimbo de “urgente urgentíssimo” na Câmara, vai custar caro ao contribuinte. A proposta com apoio do Palácio do Planalto contraria o discurso de contenção de gastos da máquina pública.
Em uma primeira avaliação, o reajuste em forma de bônus para os auditores fiscais custará R$ 430 milhões até o final do ano. Serão beneficiados cerca de 30 mil fiscais (na ativa e na aposentadoria) que podem embolsar de gratificação por multas e apreensões algo em torno de R$ 15 mil cada.
O governo interino de Michel Temer tem acenado com reajustes aos servidores apesar da crise, mas já encontra resistência de setores da iniciativa privada, que acaba pagando a gentileza governamental. Executivos de grandes grupos estiveram com Temer e disseram que dar com uma mão e tirar com a outra não vai ajudar a conter os gastos da União.
No Senado, Ronaldo Caiado (Dem-GO) lamenta que “não falam em aumentar o seguro-desemprego, só salários de quem tem estabilidade. São 12 mil desempregados, muitos deles já perderam o auxílio”.
“O prioritário num pronto-socorro não é o cidadão com unha encravada. É o cidadão com fratura exposta”, compara.