Reversão para tornar Dilma ré é remota

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) pode se tornar ré ao fim da longa sessão prevista para hoje e madrugada de amanhã no plenário do Senado Federal. Os senadores vão decidir pela suspensão ou continuidade do processo de impeachment.

Ouça entrevista ao lado com o senador Humberto Costa, do PT-PE

Os números são controversos, mas há uma nítida tendência de aprovação do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Há quem garanta que serão 60 votos favoráveis. Para a aprovação bastaria maioria simples dos 81 parlamentares.

Em 12 de maio, quando o afastamento da presidente foi aprovado, tiveram 55.

O parecer do relator foi aprovado pela Comissão de Impeachment do Senado. Nas últimas semanas, seus integrantes ouviram 44 testemunhas e analisaram 171 documentos, entre informações prestadas por órgãos públicos, peritos do Senado e defesa e acusação.

Anastasia terá 30 minutos para apresentar novamente suas conclusões.

Cada um dos 81 senadores poderá discursar por até dez minutos. Em seguida, os advogados de defesa e acusação terão 30 minutos cada. A votação será eletrônica.

A cientista política Christiane Laidler, professora de História Contemporânea da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), disse à BBC Brasil que acha “muito difícil uma reversão. Somente uma reviravolta poderia mudar votos, o que a Lava Jato não é capaz de fazer. Porque a Lava Jato já envolveu todo mundo, então não gera a mesma reação (da população)”.

 

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