A Rede Globo fez campanha sistemática para derrubar Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cujos interesses convergiram com o do PT, após o naufrágio do apoio para proteger o deputado fluminense da cassação e Dilma do impeachment.

Com as eleições definidas para a presidente da Câmara, a emissora escolheu seu candidato preferido. Pela força de seu Jornalismo e de seus comentaristas, Rodrigo Maia (Democratas) passou a ser o candidato mais citado ao lado de Rogério Rosso (PSD-DF). Até o PT se assanhou para o lado de Maia.

O deputado é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, coincidentemente muito conhecido da Globo a partir de amizades cultivadas com as publicidades oficiais.

Maia foi eleitor de Cunha nas eleições da Câmara em fevereiro do ano passado, assim como o deputado Rosso (PSD-DF). Maia foi defenser também de Cunha em momentos críticos alimentados pela Operação Lava Jato.

O governo Michel Temer é simpático à Globo, mas não pretende apoiar Rosso ao cargo. Representante também fiel de Cunha, deixaria Temer refém do “centrão”. Já bastaria o líder do governo, o deputado André Moura (PSC-SE) como expoente desse grupo.

Para implodir as duas candidaturas, o Palácio do Planalto deu sinal para outro candidato. O deputado Marcelo Castro (PI) agora é o candidato oficial da bancada peemedebista.

A súbita valorização do ex-ministro da Saúde nos últimos dias do governo Dilma Rousseff tem o provável propósito de fechar a administração PMDB à frente da Câmara até fevereiro do próximo ano.

Assim, poderia ser costurado um acordo bem mais amplo e seguro a partir da segunda metade desta Legislativa com os ex-partidos da oposição – PSDB, Democratas, PPS e PV.

De roldão pode levar o PSB e parte dos deputados do PR e PP, hoje aninhados na mesma trincheira, e na mesma tropa.