Faróis baixos e a mudança de hábito

Texto de Maurício Nogueira

O que é mais perceptível, olhos abertos ou fechados?

Olhos abertos significam vida. Fechados, estado de sono ou morte. Faróis acesos são sinal de vida e de quem quer preservá-la tanto a própria quanto a dos outros.

Invariavelmente, antes da nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) — que prevê infração ao condutor que trafegar com os faróis baixos apagados mesmo de dia nas rodovias a partir desta sexta-feira (8) –, era comum alguém apontar para eles se estivessem acesos sob o sol.

Um transeunte ou um condutor, avisava como um alerta até solidário. Com a voz, ou ainda com os gestos característicos abrindo e fechando os dedos das mãos.

O hábito do uso dos faróis à noite, por exemplo, nos anos 60, era nem usá-los nas ruas e avenidas da capital do estado de São Paulo, pelo menos. Explica-se que naquela época, usavam-se as lanternas, tradicionalmente, mesmo durante a noite, ao invés dos faróis baixos. Então, ao se aproximar de uma esquina dava-se uma “farolada”, como precaução, para evitar possível colisão.

Quando alguém acendia os faróis baixos, sem ser nessa situação citada para evitar acidentes no “cruzamennnnto,meu”, a reclamação era imediata. Por incrível que pareça. A desculpa era que ofuscava. E olhe que a iluminação estava longe da de hoje, com as eficientes lâmpadas de Led.

Agora, o hábito do uso dos faróis passa por uma nova fase para muitos condutores. Enfim, torna-se obrigatório o uso dos faróis baixos. Lembre-se, sujeito infração média, com quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação e multa de R$ 85,13. 

No começo desse novo tempo, o que vemos é alguma resistência ao uso “automático” dos faróis baixos acesos. Em breve, os condutores se conscientizarão que a luz baixa torna os veículos mais visíveis à longa e curta distâncias.

Cabe chamar a atenção que prevalece o risco de ser multado, em detrimento dos acidentes que poderão ser evitados. Principalmente, os acidentes provocados por colisões frontais, em decorrência de ultrapassagens em rodovias ou vias de mão dupla.

É preciso se conscientizar, ao mesmo tempo, que a vida dos motoristas é o que importa. Os gastos com substituições de lâmpadas devido ao uso contínuo e menor. Na relação ao número de vítimas que poderá baixar com um uso de um acessório básico.

Faróis acesos é preservar a sua vida e também a dos outros. As montadoras já poderiam pensar em modificações para o bem estar e comodidade dos condutores de veículos.

Por fim, vários condutores trafegam sem ter conhecimento de que se locomovem em uma rodovia no Distrito Federal. Os especialistas recomendam que na dúvida se irá trafegar em via ou rodovia, é de bom tom ligá-los assim que acionar a chave de contato.

Em Brasília, especificamente, há várias rodovias que cortam o perímetro urbano, ou até no coração da cidade em formato de avião. É o caso do Eixo Norte-Sul.

Caso o caro leitor “Misto Brasiliense” esteja completamente convencido da utilidade do uso de faróis baixos, mesmo durante o dia, não se esqueça de apagar os faróis.

Vale lembrara dois aspectos. O primeiro, em Brasília costumava-se dizer que o corpo era dividido entre cabeça, tronco e “rodas”. O segundo, é que em época de “aperto fiscal”, convém economizar o custo de uma bateria nova. É valido até um lembrete por escrito no volante. “Desligue os faróis”, em contraponto àquele lembrando para ligá-los em foto, que circulou nas redes sociais nos últimos dias.

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