A oposição ao governo de Michel Temer (PMDB) conta com 36 votos contrários ao impeachment no Senado Federal. Seis novos senadores teriam aderido ao chamado G-30. Eles só votariam contra o impedimento se houver um plebiscito sobre eleições gerais, tese levantada por Dilma Rousseff.
Os números são um exercício de otimismo diante do que se fala nos bastidores do Senado. Na admissibilidade do impeachment, dos 81 senadores, 78 estiveram presentes, dos quais 55 votaram a favor e 22, contra.
Se 14 senadores mudaram de ideia, fato novo deveria ter ocorrido, o que não aconteceu. Aparentemente, nenhum dos 55 senadores que votaram pelo impeachment pensa, agora, diferente.
Para a presidente ser afastada, definitivamente, é preciso que 54 dos 81 senadores votem a favor do impeachment.
O principal articulador do movimento de Dilma é o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que ontem à noite chamou a sua casa o ex-presidente Lula da Silva. Requião é um personagem controvertido dentro do PMDB. Dispensável dizer que não faz parte da corriola comandada por Temer, Romero Jucá (RR), Renan Calheiros (AL) e José Sarney (MA).
Requião disse que mudou de tática ao reunir poucos senadores em sua casa para não vazar estratégias que estão sendo costuradas.
O senador paranaense ataca sistematicamente o sistema financeiro como argumento contra o governo Temer e a volta de Dilma.
“Os juros do Brasil fariam a vergonha de um agiota norte-americano”, diz ele, mas não lembra que a corrida pelo dinheiro fácil teve ninho fértil nos governos do PT, estimulado pelo seu novo amigo Lula da Silva.