O processo por falsidade ideológica contra o desembargador federal Antonio Ivan Athié tramitou nada menos por dez anos. Deu entrada no Superior Tribunal Federal e foi trancado pelo Supremo Tribunal Federal, em 2014.
Athié se disse impedido de continuar com o processo contra Fernando Cavendish, da Delta, após divulgação de que o escritório que defendia o empresário foi o mesmo que fez sua defesa na ação penal 425.
A ação apurava suposta prática de formação de quadrilha e estelionato (artigos 288 e 171 do Código Penal), quando Athié era juiz federal no Espírito Santo.
Trancar quer dizer que o acusado é inocente por não existir prova capaz de incriminá-lo, mesmo com com duas quebras dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Ao recomendar o arquivamento, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que não foram encontradas provas que incriminassem o desembargador.
Antes de ser promovido a desembargador, Ivan Athiê foi advogado no Estado de São Paulo, promotor e procurador federal em Rondônia e juiz federal em Rondônia e no Espírito Santo.
Numa entrevista ao site Pravda.ru, em fevereiro de 2014, Athié afirmou que “sabia que a quadrilha formada para desmoralizar o Judiciário, via acusação a juízes, já estava agonizando, eis que amorais mais cedo ou mais tarde traem os próprios comparsas, e é esta a razão de o bem semore triunfar”.