O esquema de corrupção foi tão organizado que até um banco foi criado para gerenciar a propina paga pela empreiteira Odebrecht. Foi comprada em 2010 uma filial do Meinl Bank Antigua, que controlava 42 contas offshore.
Foi o que disse o executivo da empreiteira. Vinícius Veiga Borin, aos procuradores da Operação Lava Jato.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Borin citou transferências “suspeitas” das contas associadas à Odebrecht que somam ao menos US$ 132 milhões.
Ele e outros ex-executivos do AOB se associaram a Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares, então executivos do Departamento de Operações Estruturadas – nome oficial da central de propinas da empreiteira, segundo a Lava Jato – da Odebrecht para adquirir a filial desativada do banco em Antígua, um paraíso fiscal no Caribe.
A aquisição envolveu ainda Olívio Rodrigues Júnior, responsável por intermediar a abertura das contas para a empreiteira no AOB.
A Procuradoria da República no Paraná pediu na sexta-feira ao juiz federal Sérgio Moro que homologue a delação premiada de Borin e de outros dois executivos do AOB: Luiz Augusto França e Marcos Pereira de Sousa Bilinski.