Nova delação premiada vai botar mais fogo no núcleo político da República. É de Flávio David Barra, engenheiro civil e ex-diretor da Unidade de Negócios de Energia da Andrade Gutiérrez.
A delação já encaminhada ao Supremo Tribunal Federal implica especialmente o senador e ex-ministro das Minas e Energia no governo Dilma, Édison Lobão (PMDB-MA), e o senador e ex-ministro do Planejamento no governo Temer, Romero Jucá (PMDB-RR).
Flávio David Barra afirma que ambos receberam propina de um esquema criminoso montado a partir das obras civis de Angra III, no Rio de Janeiro. O valor da propina era de 1% sobre o valor do contrato.
Na delação cuja cópia foi disponibilizada pelo site QuidNovi, afirma que parte da propina a Édison Lobão foi recebida pelo advogado maranhense Márcio Coutinho, através de um contrato fictício de consultoria. Coutinho é amigo da família Lobão.
O valor mensal era de R$ 140 mil, mais pagamento periódico de R$ 600 mil, e que o valor total chegaria a R$ 2 milhões.
Os valores encaminhados a Jucá foram feitos através de uma triangulação com o Banco BVA. Os acertos teriam sido feitos a partir de 2009 e que a propina foi paga até 2014.
O pagamento a políticos aconteceu a partir de um esquema já em operação com os diretores da Eletronuclear, responsável pela contratação da obra. Recebiam propinas, segundo Flávio David Barra, o presidente da Eletronuclear, Othon Silva (preso na Lava jato) e os diretores Luiz Soares, Luiz Messias e José Eduardo Costa Matos.